1 de dez. de 2014

DIA 31 – ANTOFAGASTA, CHILE


Acordei receoso que a moto não ligaria facilmente, após ter enfrentado um frio de quase zero grau. Mas que nada, a Suki não me deixou na mão. Ligou de primeira! Completei o tanque com a gasolina que tinha no galão reserva, organizamos as coisas na moto e pegamos a estrada.
Nada de novo, deserto de um lado, deserto de outro. Tínhamos ainda 350 kms até Antofagasta e no meio do caminho tinha uma tal de Taltal, que segundo o relato de um moto viajante no Facebook, era infinitamente melhor que Antofagasta. Pois bem, no fim das contas acho que o fulano que disse isso era bem doido. Taltal foi simplesmente uma das cidades mais horrorosas que já vi. E tinha a praia mais horrenda e mal cuidada da Terra, com areia negra, entulho e lixo por toda parte. Paramos no centro de Taltal, estacionei a moto e pedi a Mel que esperasse junto a ela enquanto eu ia caminhando até a próxima quadra para ver se achava um lugar barato para comermos. Encontrei um lugar onde vendiam marmitas por cerca de 5 reais cada. Comprei dois com diferentes misturas em cada e ao sair de lá avistei um supermercado. Para minha sorte este supermercado tinha produtos bem baratos. Comprei sopas de caneca por 60 centavos, sopa de panela por 1,20 e miojos por 1 real. Abastecido, voltei para a moto e fomos até a praia conhecer finalmente o oceano Pacífico e comermos o almoço. Fiz a nobre burrada de entrar com a moto até a praia com a areia fofa como neve. Subimos em umas ruínas e lá comemos as marmitas com uma plateia de cachorros de rua nos assistindo lambendo os beiços. Os presenteamos com um restinho do frango e macarronada, vencidos pela minha dó com os animais de rua.
Antes de sairmos de Taltal fomos até o único posto de gasolina da cidade para lá o frentista dizer que não iria abastecer nosso galão. Não quis dizer a razão, o que me fez sair de lá xingando alguns pares de palavrões. Deixamos a cidade concordando que tinha sido uma experiência um tanto quanto ruim e certamente o pior destino da expedição. Com 8 litros de gasolina no tanque seguimos viagem sem nenhuma grande surpresa. Pouco antes de Antofagasta o GPS já indicou a escultura da Mão do Deserto. Fizemos uma paradinha lá para as fotos e continuamos. O sol se punha e nada da cidade. As 20:10 a noite chegou e com ela um frio tremendo de bater os dentes. Eu já não enxergava nada e o reflexo das luzes dos veículos piorava a situação. Meia hora depois finalmente chegamos à entrada de Antofagasta. Parei para colocar os óculos e tomei a rota até a cidade sem ter a menor ideia de onde iríamos passar a noite. Procurei por hospedagens no GPS e ele indicou um motel não muito longe da entrada da cidade. Entramos na cidade chegando até a costa, tomei a esquerda por uma pista costeira e a apenas uma quadra antes do motel avistamos um camping. Parei a moto e fui lá perguntar o preço. Cerca de 20 reais para cada pessoa. Para desencargo de consciência quis ir ao motel também saber o preço. Custava o dobro. Voltamos ao camping e lá nos instalamos. Éramos os únicos lá. As condições do lugar eram razoáveis, tinha um bom espaço para cada acampamento com luz, eletricidade e uma churrasqueira, além de ser tudo coberto. Só não tinha água quente e os chuveiros não funcionavam. Resultado: banho de caneco após esquentarmos uma boa quantidade de água numa chaleira elétrica. Fizemos vários miojos, nos esbaldamos de comer e fomos dormir.


RODADOS NO DIA: 367 KMS
TOTAL RODADOS: 6023 KMS











Um comentário:

  1. Caro Mel, está tudo bem com Vocês? Por onde anda a Aventura? o último "post" é de Nº 35 em Dezembro 05 de 2014? Estou seguindo a Vossa Aventura porque estou planejando a minha e estou curtindo muito os Seus relatos!
    Se puder por favor, entre em contato, meu nome é Serafín e meu endereço e: serafusma@gmail.com.
    Um forte abraço e Parabéns!
    Serafín.

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