3 de nov. de 2014

Dia 3 - Cajati, SP

Hoje o dia foi longo e mais uma vez cheio de aventuras.
Acordamos, organizamos a bagagem, tomamos um café com nossa anfitriã Pâmela, nos despedimos dela e pegamos a estrada rumo à Juquiá. 
Despedindo de Pâmela
Quando pensei "acho melhor entrar no próximo posto de gasolina para abastecer" a gasolina acabou. Acionei a reserva e rodamos uns bons 30 minutos até acharmos um posto e enchermos o tanque. A rodovia rumo à Curitiba é fantástica. Ela passa pela serra do Paranapiacaba. O lugar é de clima bem fresco e úmido, muito agradável e um tanto quanto frio serra adentro. São incontáveis curvas em uma pista de mão dupla sem acostamento. Paramos apenas para tirar fotos de um restaurante que fica dentro de um vagão de trem e que logo ao lado há uma suposta sucata de avião, entre esculturas de animais africanos. Esta parte da viagem com certeza foi muito bela. As paisagens são de tirar o fôlego, com muitos pinheiros, flores e cascatas.


Chegamos em Juquiá às 2 da tarde. Minha primeira impressão da cidade não foi muito boa. A cidade não é muito desenvolvida e definitivamente nada turística. Todos os lugares para camping que eu havia previamente consultado na internet não existiam mais. Evitando gastar com hotel, decidimos perguntar pelo comércio da rua principal sobre onde poderíamos acampar. Alguém me sugeriu pedirmos na delegacia de polícia pois lá havia um terreno com gramado nos fundos e possivelmente os policiais nos deixariam armar a barraca lá. Assim fizemos. Fomos até a delegacia e eu pedi ao policial, após nos apresentarmos e eu contar sobre nossa viagem. Ele consultou seu colega e ambos nos permitiram acamparmos nos fundos da delegacia, onde eles possuem um campo de futebol, Me deixaram estacionar a moto junto às viaturas.

Porém antes de fazer isto decidi levar a moto à uma oficina mecânica pois era hora de trocar o óleo da Suki e calibrar os pneus. Na oficina disseram que eu teria que aguardar 1 hora até poderem fazer o serviço. Estando a Suki abarrotada de bagagem nossa, eu não poderia deixá-la sozinha na oficina, então tivemos que ficar lá esperando durante todo o tempo. A Mel debruçou em uma mesa e apagou. Eu fiquei conversando com um rapaz que mais tarde foi até sua casa nos trazer água gelada.
Após o serviço fomos até o supermercado para comprarmos miojos e pão para comermos no jantar. Ao voltar na delegacia para acamparmos o oficial pediu nossos documentos e o documento da Suki. Eu entreguei e ele foi lá dentro verificar. Voltou me dando os parabéns por eu ter ido à Africa realizar trabalho voluntário em 2009. Eu queria saber que diabos de sistema eles tem para saber disso! Mas infelizmente ele nos informou que não poderíamos acampar lá mais, pois seu superior não autorizou e tanto o próprio policial quanto seu colega eram cabos, portanto a decisão final não era deles. Ele se desculpou e lamentou pois disse que ia nos convidar para irmos à pizzaria de seu pai jantarmos de graça mais tarde.

Sendo assim, decidimos ir até a próxima cidade, Registro, onde por ser uma cidade maior haveria maiores chances de haver um lugar próprio para camping. Engano nosso, após 30 minutos chegamos em Registro. Rodamos a cidade toda e nada de um lugar bom e barato. Decidimos seguir viagem e tentarmos uma pousada na próxima cidade, Jacupiranga, Também sem sucesso! O plano C seria pedirmos em alguma fazenda para nos deixar acampar. Mas antes mesmo de aparecer alguma fazenda chegamos em Cajati. Uma cidade pequena e tranquila. Fomos até o centro da cidade e paramos em frente à um hotel. Setenta reais o quarto duplo sem garagem. O hotel parecia um complexo penitenciário e não tinha garagem para a moto. Atravessei a rua e fui em direção a 5 senhores que conversavam em frente a uma lanchonete. Perguntei se conheciam um lugar onde poderíamos acampar. Alguns deles se colocaram a pensar e deram sugestões que não me agradavam muito, como acampar na praça central da cidade. Mas um deles, para nossa alegria, nos ofereceu a garagem de sua casa para montarmos nossa barraca. Disse que estava a caminho de casa e poderíamos segui-lo. Prontamente o fizemos e quando chegamos em sua casa ele se apresentou como Neto. Apresentou sua esposa, filhos, tio e irmã e após muita conversa ele disse que não precisaríamos montar barraca. Poderíamos dormir na sala de sua casa. Nos ofereceu bolo, banho, descanso, jantar, nos fez sentir muito à vontade. Conversamos com todos eles sobre nossa viagem e assuntos variados. Colocaram um ótimo colchão na sala e nos deixaram muito à vontade. Mas que benção! A salvação veio em boa hora pois estava anoitecendo e não sabíamos onde iriamos dormir. Hoje Neto foi "o cara"!!!
Amanhã rumo à Curitiba. Como rodamos mais que o previsto estamos bem perto de Curitiba, o que é ótimo!

Quilômetros rodados:

No dia: 394 kms

No total: 1.218 kms

2 comentários:

  1. Estão em um bom ritmo Ju, parabéns. Todo dia procuro noticias suas, seja com a mãe ou na net. Fiquem com Deus brother, te amo Abração.

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