24 de nov. de 2014

DIA 24 - EL VOLCAN, ARGENTINA (QUARTO DIA)

No nosso último dia empacados em El Volcan acordamos tarde, às 11 da manhã. O camping estava vazio, todos haviam ido conhecer o rio que atravessa as montanhas da região. Perguntamos a Jorge se o lugar valia a pena conhecer e se era possível nadar, ele respondeu que sim e disse que era bem fundo. Também disse que ficava a apenas 400 metros do camping, seguindo a ruta perto de lá. Sendo assim, nos preparamos e fomos a pé.  Mil e quinhentos metros depois avistamos o centro turístico, pois não tínhamos visto nem sinal do rio. O rapaz no centro turístico nos entregou panfletos com mapas e passou cinco minutos explicando tudo numa velocidade que tornava quase impossível o entender. Também nos deu um adesivo, que colei na moto. Seguindo as direções do mapa encontramos o bendito rio. Havia muitas famílias fazendo churrasco e com o som do carro ligado e de fato havia pessoas nadando lá. Pessoas todas com menos de doze anos de idade e com a água não passando de seus joelhos. Após a decepção voltamos para o camping. A recompensa veio no caminho de volta, avistamos pela rua perto do camping árvores frutíferas com damasco, amoras e cereja. Apanhamos mais de dois quilos de tudo e voltamos garantindo o café da tarde.
No almoço Jorge nos convidou para comer pão com presunto e queijo. Aceitamos, afinal ainda não tínhamos dinheiro. Após comermos peguei a moto e fui até a rua perto onde havia wi-fi aberto. Verifiquei que havíamos recebido 400 reais com as doações dos amigos do Facebook (graças a Deus) e com isso fui até o Wal Mart da cidade na esperança de conseguir sacar a grana de algum caixa eletrônico, enquanto Mel ficou dormindo na barraca. Quinze quilômetros depois encontrei o Wal-Mart e com um sorriso imenso saquei o dinheiro num caixa eletronico do City Bank. Aproveitei e já comprei óleo para a moto, álcool para nossa espiriteira (muito caro) e sopinhas para os próximos dias. No caminho de volta notei que o GPS estava mostrando o caminho mais longo para evitar a estrada de rípio. Ignorando suas direções fiz meu próprio caminho pelo que sabia das redondezas. Numa curva acentuada, já no vilarejo, a moto escorregou e levei um belo de um tombo. Havia areia na pista e eu nem notei. Com o tombo o alforge direito amassou, a gasolina vazou do tanque e eu ralei a mão e o joelho esquerdo, pois foi ele que freou o tombo. O asfalto levou um pedaço de minha calça e do meu joelho. Prontamente surgiram pessoas que há um segundo não estavam lá, e começaram a me ajudar. Levantaram a moto, desamassaram o alforge, a levaram para uma garagem ao lado e me levaram para lá também. Limparam meu machucado e ofereceram me levar ao hospital. Eu disse que não havia necessidade pois tinha um kit de primeiros socorros no camping. Antes de subir na moto e partir todos quiseram tirar fotos comigo e pediram meu Facebook.

Quando voltei ao camping Mel assustada com o resultado do tombo me ajudou e fez um curativo em mim. Tomei banho e recebemos um convite de Jorge para comer pizza. Disse que faria várias. Falei para ele que adorava pizza, mas não comia queijo e ele disse que tudo bem. Fui criando mentalmente várias imagens de pizza regada à calabresa, presunto, atum, ovos e tudo mais (exceto queijo). Como o frio era intenso ele e sua esposa nos convidaram para entrarmos em sua casa e comermos lá. Esperamos por pouco mais de uma hora enquanto prepararam sete pizzas para sete pessoas, Todas com muito queijo. Fiquei na mesa olhando com fome e tristeza enquanto todos se deliciavam com as pizzas. Fomos dormir, eu um pouco triste pelo ocorrido, mas prontos para seguir viagem no dia seguinte.





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