Tínhamos um caminho longo pela frente, cerca de 300 quilometros de retas e
mais retas com nada de um lado, nada de outro. A viagem foi bem tranquila,
apesar das nuvens negras insistirem em nos seguir. Porém a chuva não veio,
graças a Deus. A paisagem nos recompensou o esforço.
Chegamos a San Luis 4 horas mais tarde, após fazer curtas paradas a cada
100 quilometros para esticarmos as pernas e a moto esfriar um pouco. Na última
parada a fome era tanta que decidimos prepara um almoço na beira da estrada.
Encontrei uma bifurcação para um campo e foi lá mesmo que descarregamos nossos
utensílios junto à espiriteira e panela para cozinharmos macarrão com arroz. Foi
aí que notei um furo em um dos galões de combustível, que nos fez perder mais
um galão. temperatura já era bem mais
baixa do que na capital Buenos Aires. Mel já vestia 3 blusas e 3 calças e ainda
tremia de frio.
Eu tinha o endereço de cerca de 6 lugares para camping na cidade. Quando
chegamos na entrada da cidade já tratei de buscar pelo mais proximo. Mas um a
um fomos descobrindo que os endereços estavam incorretos. Aparentemente o
website da prefeitura de San Luis não é muito confiável. Não tínhamos dinheiro
para pagar um hotel ou pousada e o desespero já começava a tomar conta. Foi
quando avistei uma loja de artigos para pesca, caça e camping. Resolvi entrar
lá e perguntar por lugares para camping. O homem me disse que não havia nada
dentro da cidade, apenas nas regiões vizinhas. Seguimos o caminho indicado por
ele subindo montanhas rochosas até El Volcan, há 980 metros de altitude. Entamos
por estradas não pavimentadas e quando já estávamos a ponto de desistir um
homem veio até nós de moto. Perguntou se estávamos procurando pelo camping.
Dissemos que sim e ele pediu que o acompanhasse.
O homem, chamado Jorge, nos levou para o lugar que estávamos procurando. Um
camping bom e barato. Iria nos custar 70 pesos (23 reais) para os dois. Armamos
nossa barraca, tomamos banho e fomos preparar o jantar com o que tínhamos:
arroz e sopinhas. Porém Jorge nos ofereceu um assado. Saiu para comprar e
voltou com linguiça, choriço e tripas (eca). Preparou na grelha enquanto nós
cozinhávamos o arroz na espiriteira. Depois Jorge voltou a sair e retornou com
alguns pães. Comemos até não aguentarmos mais. O frio também já não nos deixava
aproveitar tanto. Fomos dormir exaustos.
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