20 de nov. de 2014

DIA 20 - LABOULAYE, ARGENTINA

Acordei achando que estava no meio da selva amazônica. Pássaros enormes faziam todo tipo de som diferente, alguns parecidos com peidos e outros com alarme de carro. Quando Mel foi escovar os dentes fiquei dentro da barraca e ouvi alguém mexendo nas nossas coisas no lado de fora. Quando abri o zíper da barraca lá estava um pássaro gigantesco, certamente primo do Pterodátilo. Estava bagunçando nossos utensílios de cozinha. Com a intimidação achei melhor entregar o restante do pão duro que foi disputado aos gritos entre ele e outros pássaros.
Arrumamos a tralha e pegamos a estrada pela ruta 7 numa reta sem fim. Mel tirou belos cochilos nas minhas costas. Eu tive que parar para tirar o intercomunicador e ligar o iPod ou certamente iria dormir. Na Argentina as pessoas dirigem como no Brasil 20 anos atrás. Parece que não há regras muito claras a respeito de ultrapassagens e como se portar na estrada. Os carros nos ultrapassam na mesma faixa e fazem manobras muito perigosas. Num certo ponto um carro vinha ultrapassando um caminhão e estava vindo de encontro a nós. Tivemos que ir para o acostamento para não haver colisão.
Chegamos em Laboulaye debaixo de chuva lá pelas duas da tarde. Em conta do tempo decidimos que não seria bom ficarmos em camping então procuramos por uma pousada ou hotel barato. O GPS resultou em três opções. A primeira custava 390 pesos (130 reais), a segunda 430 (145 reais) e a última, um lugar aparentando ser bem mais simples custava 190 pesos (64 reais). Aceitamos de prontidão. Uma senhora nos disse que poderíamos guardar a moto e trazer as coisas para dentro do quarto e fazermos o check-in depois. Mel achou estranho custar tão barato e confirmou mais uma vez o preço com a senhora: 190 pesos. Guardei a moto no estacionamento do hotel, descarregamos e levamos todas as coisas para dentro.  Quando fomos fazer o check-in a surpresa: Uma outra moça disse que o preço era 290 pesos. A senhora que disse 190 havia saído e quando questionamos o valor dito pela outra disse que entendemos errado. Sei, sei... E lá se foram 100 reais. Ao menos, pensamos, vamos nos empanturrar no café da manhã para fazer valer a diferença de preço.

Estávamos mortos de fome, então saímos para procurar algum supermercado ou vendinha. Estranhamente todos os estabelecimentos estavam fechados. As ruas estavam vazias e não se via movimentação em lugar algum. Andamos muitas quadras até encontrarmos um tipo de papelaria. Me informei lá que havia o centro da cidade estava a 10 quadras e o comércio lá não fechava para o almoço. Recomeçamos a andar e vinte minutos depois chegamos ao tal centro. Porém, assim como no resto da cidade, tudo estava fechado. Só havia um lugar aberto naquele dia frio e chuvoso: uma sorveteria. Que ironia. Voltamos ao hotel exaustos e mortos de fome. Nos falaram que o comercio fecha ao meio dia e reabre as 17 horas. Para mim é algo inédito. As 5 da tarde atravessamos a rua e fomos ao supermercado onde compramos lentilhas e salsichas. Cozinhamos na espiriteira dentro do quarto. Estávamos tão cansados que dormimos às 9 da noite. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário