Acordamos cedo, tomamos café e começamos a arrumar nossas coisas. Foi um
verdadeiro desafio matinal ter que descer todas as coisas por 54 degraus.
Levamos às coisas ao estacionamento onde estava a moto. Caia uma chuva intensa.
Quando colocamos tudo na moto e estávamos prontos para sair uma surpresa: o
pneu traseiro estava murcho. De novo. Eu não podia acreditar. Como pode a
câmara recém-trocada já ter furado? Após averiguar melhor constatei que não
estava furada, apenas murcha por algum motivo misterioso. Certamente eu havia
feito algo de errado quando troquei o pneu em Montevidéo. O enchi com a bomba
manual e iniciamos a rota.
Debaixo de uma verdadeira tormenta pegamos as vias até a ruta 7. Eu não
podia dizer à Mel mas não conseguia ver um palmo na minha frente de tanta chuva
que caía. Preocupado com o pneu parei num posto para verificar a calibração e
injetar a vacina de pneu. O que fiz foi uma verdadeira meleca. Esvaziei o pneu
mas não tirei o pino do pneu para aplicar a vacina e o tubo explodiu meleca
verde para tudo quanto é lado. Na hora de encher o pneu a mangueira de ar não
encaixava na minha roda. Pedi ajuda a outro motociclista chamado Seba que
também não conseguiu e acabamos tendo que revezar para encher com a bomba
manual. Seguimos viagem até Junin, onde chegamos três horas depois. Eu havia
conseguido hospedagem em Junin com uma garota chamada Julieta no couchsurfing.
Quando chegamos à cidade tentei entrar em contato com ela mas ela não dava
resposta. A solução foi nos dirigirmos ao Parque Florestal de Junin e
acamparmos as margens de uma lagoa com milhões de pernilongos nos atacando.
Estava esfriando rápido, armamos a barraca alí mesmo e fomos até o cais para
observarmos um por-do-sol fantástico. Na vendinha do parque compramos ovos,
hamburger e um pão um pouco mais duro que o guidão da moto para prepararmos na
espiriteira. Jantamos e fomos dormir.
Sensacional!
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